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A carta encíclica de São Marcos de Éfeso

São Marcos “o Cortês”: “Eu nunca farei isto aconteça o que acontecer.” [Na mesa: “Termos da União de Latinos e Ortodoxos: Em Florença em 1439.”]

Julho de 1444

A Todos os Cristãos Ortodoxos no continente e ilhas.

De Marcos, Bispo da Metrópole de Éfeso- Rejubilai em Cristo!

A todos os que nos enredaram em cativeiro maligno- desejando levar-nos até á Babilónia dos ritos e dogmas Latinos- não conseguiram, claro, completamente atingir isto, vendo imediatamente que havia pouca hipótese para tal. De facto, que era impossível. Mas tendo parado algures a meio- tanto eles como aqueles que os seguiram- nem permaneceram o que eram, nem se tornaram outra coisa. Por terem desistido de Jerusalém, uma Fé firme e inabalável- e ainda não estando em condições e não desejando de serem chamados Babilónios- eles então chamaram a si próprios, como se por direito, “Greco-Latinos,” e entre o povo são chamados “Latinizadores.”

O sinal da Cruz na tradição ortodoxa

Por que dizem que nós, os ortodoxos, nos benzemos «ao contrário»? Os cristãos ortodoxos não se benzem «ao contrário».

De fato, a Igreja Ortodoxa ensina os seus fiéis a benzerem-se de acordo com a Tradição que nos foi legada pelos nossos Pais na Fé. E o fato de nos benzermos desta ou de outra maneira também não é questão sem importância: é um conjunto de gestos cheios de significado e de simbolismo. Senão vejamos:

Três perguntas sobre a vida monástica ortodoxa

1. Significado do Monasticismo

Pergunta: Eu não sou nem Católico Romano nem Ortodoxo mas estou a apreender o que posso sobre ambas as comunidades. Eu estou a ler “Uma Montanha de Sete Andares” de Thomas Merton, o que leva á pergunta abaixo.

Na Tradição Romana parece que aqueles que estão a viver a vida Monástica (Monge) são compreendidos como estando a gerar bem-estar para a Igreja como um todo; eu suponho que isto esteja de acordo com a compreensão deles sobre a economia espiritual envolvendo indulgências?

Eu sei que a Ortodoxia não reconhece indulgências. Que sentido existe na Ortodoxia, se algum, do valor espiritual para a Igreja dos Monásticos, além de, e em adição, aos óbvios relacionados com as suas orações pela Igreja?

Resposta: A maior contribuição do Monasticismo de um modo geral, como você observou, é a oração que eles oferecem “por todos e para todos.” A vida Monástica Ortodoxa é contemplativa- não temos “ordens” Monásticas dedicadas ao ensino, trabalho social, etc., tal como seria encontrado no Catolicismo Romano.

Metropolita António Bloom – Acerca do pai espiritual e da paternidade espiritual

O tema que passo a expor é o da espiritualidade ou da paternidade espiritual, ou ainda, se preferirdes, o “nutrir espiritualmente”, ou então o “cuidar das almas”.

Para tanto, gostaria, em primeiro lugar, de definir a palavra “espiritualidade”; porque, ao falarmos de espiritualidade, referimo-nos, usualmente, a certas expressões da nossa vida espiritual, tais como a oração e a ascese. Isto está claro em certos livros como, por exemplo, os de Teófano, o Recluso. Todavia, torna-se necessário, ao que me parece, relembrar que a espiritualidade consiste na realização da ação do Espírito Santo em nós. A espiritualidade não é o que designamos, habitualmente, por esta palavra, mas antes é a manifestação da ação misteriosa do Espírito Santo.

Padre Pedro Pruteanu – Acerca do divórcio e do segundo casamento

Pergunta: Reverendíssimo padre Pedro, explique-nos, se faz favor, se a Igreja Ortodoxa aceita o divórcio e o novo casamento e em quais condições? Como é rompido, neste caso, o vínculo do primeiro casamento e que relação espiritual restará entre os cônjuges após o divórcio ou a morte?

Resposta: A questão é muito séria e delicada e a interpretação e a aplicação dos princípios bíblicos ligados ao casamento, muitas vezes, são feitas tendo em conta as paixões humanas e não a vontade divina. O tempo não me permite fazer uma análise completa da doutrina da Igreja sobre este tema, mas tentarei sistematizar as seguintes ideias:

Padre Pedro Pruteanu – Acerca do Apocalipse e do fim do mundo

Pergunta: Reverendíssimo Pe. Pedro! Como devemos interpretar as profecias apocalípticas feitas ultimamente e como podemos evitar o apocalipse? O que a Igreja nos ensina sobre o fim do mundo?

A pergunta é sempre atual, mas demonstra uma falta de conhecimento das noções e da doutrina cristã sobre o fim do mundo. Tentarei dar uma resposta sistemática, a qual, espero bem, seja útil para esclarecer o assunto. 

Entrada da Mãe de Deus no Templo

Pergunta

Eu não sou Ortodoxo, por isso perdoe a minha confusão sobre isto. Eu estou a olhar para um Ícone onde os Pais de Maria estão a apresentá-la ao Sumo Sacerdote para que seja consagrada a uma vida no Templo. A Tradição Religiosa com a qual eu sou familiar (Católico Romano de Rito Latino) não têm ensinamentos sobre isto, e eu também não encontro nenhuma referência Bíblica.

De onde veio esta ideia? Não estou a contestar, mas apenas curioso.

Será a Páscoa uma festa pagã?

Pergunta

Hoje, tive uma breve conversa com um colega de trabalho sobre a Páscoa. Surgiu a partir da pergunta que eu lhe fiz, ”Como foi a tua Páscoa?”- assumindo que ele a celebrava pelo calendário Gregoriano. Ele respondeu que não celebra a Páscoa porque é baseada em rituais pagãos. Ele prosseguiu mostrando-me literatura na qual ele baseava as suas afirmações. Ele disse ainda que é suposto celebrar a Ressurreição continuamente, e não apenas num dia do ano. Será então que nós, como Cristãos Ortodoxos, devemos usar o termo Páscoa (“Easter”, em Inglês) se é baseado em antigos rituais pagãos.

SÃO MARTINHO DE DUME – PADRE DA IGREJA INDIVISA

Falar de São Martinho de Dume (510-579) não é de forma alguma uma tarefa fácil. Esta nossa certeza encontra fundamento em várias razões, das quais invocamos apenas duas, por se nos afigurarem ser as que melhor elucidam o que acabamos de afirmar. A primeira dificuldade depara-se-nos quando ao tentarmos descortinar dados referentes à sua vida, nos vemos confrontados com uma constante escassez de apoios biográficos ; a segunda, por São Martinho de Dume ser um dos maiores Padres da Igreja de todos os tempos e sem dúvida nenhuma o maior de seu século.

“Perigo” de receber a Sagrada Comunhão com uma colher comum e beijar ícones

Sobre a receção da Sagrada Comunhão:

Se alguém recebe a Comunhão de maneira própria, inclinaria a cabeça para trás e abriria a boca o mais possível, assim, permitindo ao Padre simplesmente deixar cair o Corpo e Sangue de Cristo na boca de quem está a comungar, sem fazer contacto com a colher.

Só um comentário; Sim, o nosso Padre instruiu-nos a receber a Comunhão como descreveste. No entanto, isto não deve ser universal, pois não? Quando eu visitei a Igreja de São Tícon o Outono passado, instruíram-me que “tirasse da colher” com a minha boca, após estar lá com a minha boca aberta por vários segundos.

No que toca a beijar Ícones e a Cruz:

Eu não ouvi falar de ninguém que ficou doente por isto. É claro, poderá haver casos em que indivíduos com gripes sérias ou outras doenças possam querer abster-se de o fazer.

De modo geral, se uma pessoa esteve desconfortável com beijar os Ícones, devido á preocupação de apanhar uma doença, os Padres fariam disto uma questão de fé? É beijar o Ícone significativo versus simplesmente prostrar-se ou tocar o Ícone com reverência com a mão ou testa?

Se tiver alguns detalhes adicionais ou conhecimento, por favor, informe-me. As minhas perguntas não têm a intenção de ser legalistas, mas ajudar a perceber as nossas práticas melhor.