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Categoria: Homilias

Mensagem de Natal de Sua Eminência Dom Nestor, metropolita de Quersoneso e da Europa Ocidental

Bem-amados em Cristo padres, irmãos e irmãs:

Cristo nasceu!

Neste dia do nascimento de nosso Senhor segundo a carne, demos graças a Deus, que nos concedeu a graça, de uma vez mais, nos aproximarmos do presépio de Belém, onde o Filho Único e Verbo de Deus quis ser colocado pela Sua santa Mãe. Concedeu-nos Ele ainda neste tempo contemplar o amor divino e a confiança divina na Humanidade.

No seu profundo amor para com o ser humano, Deus fez brilhar sobre a terra a sua glória, para que juntamente com o céu partilhe a terra da Sua vida eterna. De todas as Suas criaturas terrestres, escolheu o nosso Pai celeste o Homem, para o revestir da Sua imagem e semelhança. É, porém, no seu Filho unigénito que Ele manifestou ao mundo o Homem mais autêntico e mais verdadeiro, tal como Deus o concebeu, e tal como cada um de nós recebe a vocação de se tornar.

Admiremos também, caros irmãos, a confiança na humanidade que Deus nos manifestou pela Sua encarnação. O Verbo de Deus, coeterno com o Pai e todo-poderoso, nasce segundo a carne despojado, tomando a condição de servo (Fil 2,7) – e avança humildemente como um infante recém-nascido, envolto em fraldas e deposto numa manjedoura, sem ter abrigo. Nada mais frágil! E, no entanto, é dessa fragilidade desarmante, dessa confiança no Homem, desse amor por ele que Deus faz a sua força para vencer a crueldade, a hostilidade e a arrogância do mundo que O não conhece!

Por conseguinte, esses dons divinos, que recebemos na Natividade de Cristo, não deveriam deixar ninguém indiferente. Diante da gruta com Cristo recém-nascido, naquele ponto em que a estrela estaca, devia também o Homem estacar e responder a essa profundidade de amor e a esse penhor de confiança.

Passar ao lado e seguir, como se nada se tivesse passado, seria reduzir o nascimento de Cristo na carne a um facto do passado, longínquo e sem consequências, insignificante e estéril para a humanidade. E de facto, nada repele tanto a graça como a indiferença: “sei que não és quente nem frio… e, portanto, pois que é morno, nem quente nem frio, vou-te vomitar de Minha boca” (Ap 3, 15-16). No mundo surdo e insensível, perdido em busca de coisas fúteis, nós, cristãos, temos por vocação dar provas do nosso fervor.

Eu sei, queridos padres, irmãos e irmãs, que vós não sois mornos, que respondeis à Boa Nova da vinda do Salvador com grande fervor e vos converteis (Ap 3,19).

Com corações ferventes, repletos de júbilo, celebremos o Verbo de Deus vindo na carne como Rei de Paz e Salvador das nossas almas!

Que a paz de Cristo recém-nascido esteja com todos vós!

† Nestor, Metropolita de Quersoneso e da Europa Ocidental
Exarca patriarcal na Europa Ocidental

Natividade de Cristo, Paris, 2023-2024.

Mensagem Pascal do Arcebispo Nestor de Madrid e Lisboa

Amados Padres, Irmãos e Irmãs no Senhor!

Nesta noite santa e redentora, gostaria de dirigir a todos vós as palavras dum dos estiqueros das laudes da Ressurreição: “Radiantes de alegria e em festa, abracemo-nos uns aos outros! Chamemos irmãos mesmo aos que nos odeiam! Perdoemos tudo pela Ressurreição!”.

Encontramo-nos nesta Páscoa no meio de duras provações como nunca antes nos sucedeu nesta vida. Ondas de sofrimento humano, desespero e ansiedade sobre o futuro esmagam-nos.

Claro que, rezamos e persistimos para que O Senhor encurte estes dias (Mateus 24:22). Dir-se-ia que nada mais poderíamos fazer, mas não é assim: com a nossa atenção espiritual, com o esforço da nossa vontade, com a bravura de nosso coração podemos impedir que o espírito de guerra, de ódio, de devastação, seja admitido em nossos corações, em nossas famílias e em nossas comunidades paroquiais.

Lembremo-nos que de acordo com as palavras do Apóstolo, “Esta é a vitória que supera o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4), que o nosso Deus, que não é Deus dos mortos, mas dos vivos, que a Páscoa do Cristo, a qual celebramos, seja o triunfo do bem absoluto sobre o mal absoluto, da vida sobre a morte, da luz sobre as trevas. E ninguém poderá jamais arrebatar-nos a nossa alegria nela.

Meus queridos, como eu gostaria de poder trocar a saudação pascal com cada um de vós, encorajar cada um de vós, falar-vos as palavras certas, fitar os vossos olhos, e talvez apenas ficarmos em silêncio.
Que O Cristo ressuscitado do túmulo, abençoe, apoie e conforte cada um de vós.

Cristo ressuscitou! Em verdade ressuscitou!

​† Nestor, arcebispo de Madrid e de Lisboa.
Páscoa de 2022.