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Categoria: Igreja Ortodoxa

Padre Alexander Mileant – EDUCAÇÃO RELIGIOSA DAS CRIANÇAS

Introdução

Todos os aspetos da vida do homem (seja o seu caráter, o senso de responsabilidade, os bons e os maus hábitos, a sua habilidade em enfrentar as dificuldades e o seu grau de religiosidade) são predominantemente determinados pela educação que recebeu na infância. As recordações dessa época alimentam e aquecem o indivíduo nos momentos mais difíceis da sua vida. Ao contrário, as pessoas que não tiveram uma infância feliz não podem preencher a sua vida com nada. Ao encontrarmos estas pessoas — órfãos, que não conheceram o carinho dos pais; enteados e enteadas, com a alma despedaçada em consequência das dificuldades domésticas; filhos ilegítimos, abandonados aos cuidados de estranhos — sentimos que as suas almas foram marcadas por dolorosas feridas. Seguramente, a ausência da educação religiosa na infância faz-se sentir no caráter do indivíduo, pois, no seu conjunto espiritual, percebem-se ruturas notórias. A criança é, extraordinariamente, suscetível às impressões religiosas. Ela envolve-se, instintivamente, em tudo aquilo que divulga a beleza e o sentido do mundo ao seu redor. Retiremos isto da criança e a sua alma acabará num mundo vazio, a satisfazer-se, apenas, com os seus pequenos interesses quotidianos. Algo similar acontece com o corpo: se esta criança viver num ambiente húmido e sombrio, ela crescerá pálida e doentia, sem forças e sem alegria no seu corpo mal desenvolvido. Em ambos os casos, a culpa do seu não-desenvolvimento e das doenças (da alma ou corpo) recai sobre os seus pais.

São Cipriano de Cartago – SOBRE A UNIDADE DA IGREJA

Esta unidade devemos guardar e exigir com firmeza, especialmente nós, bispos, que na Igreja presidimos, para dar prova de que o episcopado também é um e indiviso. Ninguém engane os irmãos com mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.

Uma só é a ordem episcopal e cada um de nós participa dela completamente. Mas a Igreja também é uma, embora, em seu fecundo crescimento, se vá dilatando numa multidão sempre maior.

Assim muitos são os raios do sol, mas uma só é a luz, muitos os ramos de uma árvore, mas um só é o tronco preso à firme raiz. E quando de uma única nascente emanam diversos riachos, embora corram separados e sejam muitos, graças ao copioso caudal que recebem, todavia, permanecem unidos na fonte comum.

A carta encíclica de São Marcos de Éfeso

São Marcos “o Cortês”: “Eu nunca farei isto aconteça o que acontecer.” [Na mesa: “Termos da União de Latinos e Ortodoxos: Em Florença em 1439.”]

Julho de 1444

A Todos os Cristãos Ortodoxos no continente e ilhas.

De Marcos, Bispo da Metrópole de Éfeso- Rejubilai em Cristo!

A todos os que nos enredaram em cativeiro maligno- desejando levar-nos até á Babilónia dos ritos e dogmas Latinos- não conseguiram, claro, completamente atingir isto, vendo imediatamente que havia pouca hipótese para tal. De facto, que era impossível. Mas tendo parado algures a meio- tanto eles como aqueles que os seguiram- nem permaneceram o que eram, nem se tornaram outra coisa. Por terem desistido de Jerusalém, uma Fé firme e inabalável- e ainda não estando em condições e não desejando de serem chamados Babilónios- eles então chamaram a si próprios, como se por direito, “Greco-Latinos,” e entre o povo são chamados “Latinizadores.”

O sinal da Cruz na tradição ortodoxa

Por que dizem que nós, os ortodoxos, nos benzemos «ao contrário»? Os cristãos ortodoxos não se benzem «ao contrário».

De fato, a Igreja Ortodoxa ensina os seus fiéis a benzerem-se de acordo com a Tradição que nos foi legada pelos nossos Pais na Fé. E o fato de nos benzermos desta ou de outra maneira também não é questão sem importância: é um conjunto de gestos cheios de significado e de simbolismo. Senão vejamos:

Arquimandrita Vassilios Papavassiliou – Moralidade vs Santidade

No cristianismo ortodoxo, não há “moralidade”. Eu sei que isso choca muitas pessoas, mas o digo por um bom motivo: porque a moralidade não é realmente uma ideia teológica, mas filosófica. A moralidade é normalmente compreendida como um senso de certo e errado, e acho que em certa medida todos o possuem, a despeito de cultura, religião ou época em que vive. Eu não acho que alguém já tenha considerado que o egoísmo ou a covardia sejam coisas boas. As pessoas não acham que seja bom ser horrível com quem foi bom com você, e é assim em qualquer religião que você creia, qualquer época em que viva, qualquer cultura de que participe. Existe um senso comum de certo e errado.

Mas há variações. Alguns diriam que é aceitável se vingar, e outros que não devemos fazê-lo de modo algum. Alguns diriam que um homem deve ter apenas uma esposa, outros diriam que ele pode ter várias. Alguns diriam que a gente deve ser bom com quem é bom connosco, outros diriam que devemos ser bons até com que não é bom connosco.

Padre Alexander Men – VIDA CRISTÃ

Desde a manhã da Ressurreição, os séculos passaram como um relâmpago. Impérios e civilizações inteiras surgiram e desapareceram; revoluções militares, convulsões sociais e políticas mudaram a própria ordem mundial. Mas aquela pequena comunidade de pescadores fundada pelo judeu Jesus, da aldeia de Nazaré, a sua Igreja, permanece de pé até hoje, como um rochedo firme no meio de um mar em contínuo movimento.

E aquele Credo (professado nos primeiros dias por poucas dezenas de pessoas e que hoje move mil milhões de habitantes do nosso Planeta, os quais falam as mais variadas línguas) deu origem a inumeráveis formas de cultura.

Quando o anúncio do Evangelho soprou, como uma suave brisa, no decadente mundo antigo, trouxe a esperança aos degradados e aos desesperados, dando-lhes um novo alento e uma nova vida. O Cristianismo fundiu em si a sabedoria de Atenas e as expectativas do Ocidente ao sonho romano de uma pax universal; condenou os opressores, elevou a mulher a uma dignidade nova, provocou a erradicação da escravidão… 

Steven Hayes – MISSÃO, EVANGELIZAÇÃO E PROSELITISMO

Duas das mais importantes questões que a missão ortodoxa enfrenta dizem respeito à evangelização e o proselitismo e a diferença entre ambos. Alguns têm dito que não há diferença entre eles. Se as pessoas falam a respeito da necessidade de evangelização, encontram a resposta: “A Igreja Ortodoxa não promove conversões”, como se a evangelização e o proselitismo tivessem o mesmo significado.

Outros estão mais preocupados com o proselitismo que vem de fora da Ortodoxia – de missionários que desde o fim do comunismo tem-se apressado em converter a Rússia, a Bulgária, a Roménia e outras terras tradicionalmente ortodoxas para a sua forma de pensamento.

Os cristãos do Ocidente tendem a pensar que o Oriente Ortodoxo não é “missionário”. O século XX, especialmente após a Primeira Guerra Mundial, tem sido o período de contato “ecuménico” entre os cristãos de diferentes tradições. Os anos de 1920 a 1970, porém, constituíram o período no qual as atividades missionárias da Igreja Ortodoxa atingiram o seu ponto mais baixo. Após a Queda de Constantinopla para os turcos, em 1453, a Rússia tornou-se realmente o único centro da missão ortodoxa e a Revolução Bolchevique pôs um fim a isso.

Monja Rebeca – Monge: “O Asceta do Amor”

“O impulso que produziu o voo original para o deserto tebático do Egito (Thebaída) foi […] o impulso elementar do Cristianismo, que tudo desperta para Deus, abandonando todas as coisas e influências deste mundo a fim de melhor se preparar para o Reino dos Céus”.   Hieromonge Serafim (Rose)

O monaquismo encarna a mais elevada forma de vida ascética da qual o homem dispõe para corresponder ao amor louco de Deus, que deseja ardentemente divinizá-lo, a fim de torná-lo semelhante a Si próprio. O homem torna-se, então, segundo São Máximo, o Confessor, um pequeno “deus”, ao possuir todas as qualidades do próprio Deus: a mesma glória, a mesma beatitude, a Ele idêntico em tudo, menos na essência.

Compêndio da Igreja Apostólica Ortodoxa

O que é a Ortodoxia

“Ortodoxia” = palavra grega que significa “opinião correta”.

É a autêntica Religião Cristã, pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo, transmitida pelos Apóstolos e pelos seus sucessores, conservada e ensinada pela Igreja Ortodoxa, através dos séculos, em toda a sua pureza. É a doutrina reta, contida na Sagrada Escritura, na Tradição e nos Sete primeiros Concílios Ecuménicos, sem que nada se lhe aumente ou diminua. É a doutrina ensinada e pregada pela Igreja Ortodoxa para glorificar Deus e salvar as almas, segundo a vontade de Jesus Cristo. É ortodoxo quem segue a doutrina reta e os ensinamentos da Igreja Ortodoxa.