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Etiqueta: penitência

Padre Jerónimo Thomaz – DICAS PARA A QUARESMA

Como diz S. Leão Magno num sermão para a Quaresma (sermão 42), “embora não haja nenhum tempo que não seja repleto de dons divinos e em que por sua graça nos não faculte acesso à sua misericórdia é este o momento de com maior empenhamento e proveito espiritual sermos movidos e com maior confiança nos animarmos”. E acrescenta: “deveria a incessável devoção e a continuada reverência para com tamanhos mistérios” levar-nos a “permanecermos na presença de Deus como é conveniente que sejamos achados na própria festa da Páscoa”. Como, porém, “tal fortaleza é de poucos” torna-se necessário este tempo “para sacudirmos os corações da poeira mundana” de modo a “remirmos por obras pias as culpas de outros tempos e as cozermos em piedosos jejuns”.

Todo o jejum deve ser feito em espírito de alegria e ação de graças pelos benefícios que Deus nos concede e não num espírito de servil obediência às práticas que a igreja nos preceitua, já que vivemos sob a Lei da Graça, cuja essência é o amor, e não sob a Antiga Lei, cuja substância era o temor. Quando jejuarmos, seja tendo em mente que a Deus nada podemos oferecer que lhe faça falta, pois de tudo é abundante, mas numa renúncia simbólica, como se disséssemos a Jesus: “senta-Te comigo à mesa, pois guardei para Ti os melhores manjares” e nos contentássemos com os mais vis.

Como recomenda S. Basílio, devemos abster-nos de carne, não porque a carne seja impura, mas para em espírito restaurarmos a inocência de Adão, que para se alimentar se contentava com frutos e sementes, sem violentar os animais seus companheiros e, como obra das mãos de Deus, seus irmãos.

SALMOS PENITENCIAIS

Salmo 6

Senhor, não me acuses em Tua ira, nem me repreendas em Teu furor! Compadece-Te de mim, pois estou sem forças, cura-me, Senhor, pois tremulam os meus ossos; e muito se perturba a minha alma. Tu, porém, Senhor, até quando? Retorna-Te, Senhor, e livra a minha alma; salva-me, segundo a Tua misericórdia! Pois não há na morte quem de Ti se lembre; e nos infernos, quem Te confessará? Fatiguei-me de gemer; lavo, em cada noite, de lágrimas o meu leito, de meu choro ensopo a minha cama. Temendo a Tua cólera perturbaram-se os meus olhos, envelheci no meio de todos os meus inimigos. Apartai-vos de mim, todos quantos cometeis iniqüidade, pois escutou o Senhor a voz do meu queixume. Escutou o Senhor a minha prece, o Senhor aceitou minha oração. Cubram-se de opróbrio e sejam confundidos todos os meus adversários; sejam repelidos bem depressa, cobertos de vergonha.

BREVE INSTRUÇÃO SOBRE A CONFISSÃO

Recomenda-se ao cristão que antes de confessar os pecados leia este guia da confissão (em PDF) e ainda que, se disso sentir necessidade, note por escrito as faltas cometidas, para nada deixar por confessar. No caso de alguém ter de ajuntar alguma coisa, deve sem falta fazê-lo, pois que abaixo se tem um diretório geral, que não pode ser válido para todos os fiéis. Aqueles que não compreenderem o que significa um determinado pecado, ou quão grave seja, devem perguntá-lo ao sacerdote confessor. A primeira e a derradeira alínea de esta confissão deverão ser lidas por cada um, pois constituem uma introdução e uma conclusão geral válidas para todos.

Metropolita António Bloom – Acerca do pai espiritual e da paternidade espiritual

O tema que passo a expor é o da espiritualidade ou da paternidade espiritual, ou ainda, se preferirdes, o “nutrir espiritualmente”, ou então o “cuidar das almas”.

Para tanto, gostaria, em primeiro lugar, de definir a palavra “espiritualidade”; porque, ao falarmos de espiritualidade, referimo-nos, usualmente, a certas expressões da nossa vida espiritual, tais como a oração e a ascese. Isto está claro em certos livros como, por exemplo, os de Teófano, o Recluso. Todavia, torna-se necessário, ao que me parece, relembrar que a espiritualidade consiste na realização da ação do Espírito Santo em nós. A espiritualidade não é o que designamos, habitualmente, por esta palavra, mas antes é a manifestação da ação misteriosa do Espírito Santo.