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Etiqueta: eclesiologia

Pe. John Meyendorff – São Pedro e sua “primazia” na Teologia Bizantina

Durante a Idade Média, tanto o Ocidente cristão quanto o Oriente produziram uma abundante literatura sobre São Pedro e sua sucessão. Eles geralmente tiravam do mesmo registro escriturístico e patrístico de textos. No entanto, esses textos, isolados primeiramente vez e depois reagrupados artificialmente por polemistas, só podem recuperar seu significado real se os considerarmos em uma perspectiva histórica e, mais especialmente, no contexto de uma eclesiologia consistente e equilibrada. É esse trabalho de “resourcement” e integração que o pensamento ecumênico enfrenta hoje para alcançar qualquer resultado concreto. Vamos tentar aqui, em um breve estudo dos textos bizantinos sobre São Pedro, descobrir se podemos discernir elementos permanentes de uma eclesiologia na atitude dos bizantinos em relação aos textos do Novo Testamento sobre Pedro, em relação à tradição no ministério específico do “Coryphaeus“, como Pedro é freqüentemente chamado em textos bizantinos, e finalmente em relação à concepção romana de sua sucessão.

Em nosso trabalho, nos limitaremos à literatura medieval subsequente ao cisma entre o Oriente e o Ocidente. À primeira vista, tal período de tempo, quando as posições já estavam claramente definidas, pode parecer desfavorável para o nosso propósito. Não estavam as mentes dos escritores então envolvidos em um conflito estéril? Eles ainda eram capazes de uma interpretação objetiva das Escrituras e da Tradição? Eles realmente contribuíram para uma solução real do problema de Petrino?

São Cipriano de Cartago – SOBRE A UNIDADE DA IGREJA

Esta unidade devemos guardar e exigir com firmeza, especialmente nós, bispos, que na Igreja presidimos, para dar prova de que o episcopado também é um e indiviso. Ninguém engane os irmãos com mentiras, ninguém corrompa a pureza da fé com pérfidos desvios.

Uma só é a ordem episcopal e cada um de nós participa dela completamente. Mas a Igreja também é uma, embora, em seu fecundo crescimento, se vá dilatando numa multidão sempre maior.

Assim muitos são os raios do sol, mas uma só é a luz, muitos os ramos de uma árvore, mas um só é o tronco preso à firme raiz. E quando de uma única nascente emanam diversos riachos, embora corram separados e sejam muitos, graças ao copioso caudal que recebem, todavia, permanecem unidos na fonte comum.