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Etiqueta: vida monastica

Santa Maria, que alterou o seu nome para Marinos (12 de fevereiro)

A vida e conduta da abençoada Maria, que alterou o seu nome para Marinos, comemorada a 12 de fevereiro (no calendário Juliano)

 Havia um certo homem, chamado Eugénio, que vivia em piedade, pureza e no temor de Deus. Ele tinha uma esposa honorável e devota, com quem teve uma filha, a quem chamou Maria. Quando a sua esposa morreu, o pai criou a criança com muita educação e nas maneiras de uma vida espiritual.

Quando a menina cresceu, o seu pai disse-lhe: “Vê, minha filha, deposito tudo o que tenho nas tuas mãos, porque vou partir para salvar a minha alma”. Ouvindo estas coisas ditas pelo seu pai, a menina disse-lhe: “Pai, desejas salvar a tua própria alma e ver a minha destruída? Não sabes o que diz o Senhor? Que o bom pastor deu a sua vida pela sua ovelha?” E ela disse-lhe novamente: “Aquele que salva a alma é igual ao que a criou”.

Ouvindo estas coisas, o seu pai sentiu remorsos pelas suas palavras, pois ela estava a chorar e a lamentar-se. Então ele começou a conversar com ela e disse-lhe: “Filha, o que é que faço contigo? És uma mulher e eu desejo entrar num mosteiro. Como é que podes, então, permanecer comigo? Pois é através dos membros do teu sexo que o diabo guerreia os servos de Deus”. Ao que a sua filha respondeu: “Nem por isso, meu senhor, pois eu não entrarei no mosteiro como dizes, mas irei, primeiro, cortar o cabelo da minha cabeça e vestir-me como um homem e então entrarei no mosteiro contigo”.

Arquimandrita Gabriel Bunge – A Ortodoxia precisa de ordens monásticas? 

Padre Gabriel (Bunge) fala sobre as reformas católicas, a tradição ortodoxa e o objetivo mais importante do monasticismo

– No Catolicismo, há um grande número de ordens monásticas e cada uma delas possui uma certa missão, enquanto na Ortodoxia temos apenas vários votos monásticos ou mosteiros com vários estatutos. Por exemplo, temos monges eruditos, monges administrativos etc. O Reverendíssimo Arquimandrita pensa que seria apropriado para a Igreja Ortodoxa criar ordens monásticas que estivessem envolvidas em diversos tipos de atividades, de modo que os graduados de estabelecimentos religiosos pudessem selecionar áreas específicas para servir a Igreja com base nas suas habilidades ou inclinações?

– O monasticismo não existe para nenhum propósito específico relacionado a este mundo. Para citar um autor anónimo de A História dos Monges Egípcios (século IV), “desde o início, o propósito do monasticismo era seguir Cristo no deserto, cantando hinos e salmos e esperando que o nosso Senhor viesse.” Essa aparente “inutilidade” torna o monasticismo livre de quaisquer serviços dentro da estrutura da Igreja. A Igreja Ortodoxa preservou esse traço original do monasticismo, assim como muitos outros aspetos.

Três perguntas sobre a vida monástica ortodoxa

1. Significado do Monasticismo

Pergunta: Eu não sou nem Católico Romano nem Ortodoxo mas estou a apreender o que posso sobre ambas as comunidades. Eu estou a ler “Uma Montanha de Sete Andares” de Thomas Merton, o que leva á pergunta abaixo.

Na Tradição Romana parece que aqueles que estão a viver a vida Monástica (Monge) são compreendidos como estando a gerar bem-estar para a Igreja como um todo; eu suponho que isto esteja de acordo com a compreensão deles sobre a economia espiritual envolvendo indulgências?

Eu sei que a Ortodoxia não reconhece indulgências. Que sentido existe na Ortodoxia, se algum, do valor espiritual para a Igreja dos Monásticos, além de, e em adição, aos óbvios relacionados com as suas orações pela Igreja?

Resposta: A maior contribuição do Monasticismo de um modo geral, como você observou, é a oração que eles oferecem “por todos e para todos.” A vida Monástica Ortodoxa é contemplativa- não temos “ordens” Monásticas dedicadas ao ensino, trabalho social, etc., tal como seria encontrado no Catolicismo Romano.

Monja Rebeca – Monge: “O Asceta do Amor”

“O impulso que produziu o voo original para o deserto tebático do Egito (Thebaída) foi […] o impulso elementar do Cristianismo, que tudo desperta para Deus, abandonando todas as coisas e influências deste mundo a fim de melhor se preparar para o Reino dos Céus”.   Hieromonge Serafim (Rose)

O monaquismo encarna a mais elevada forma de vida ascética da qual o homem dispõe para corresponder ao amor louco de Deus, que deseja ardentemente divinizá-lo, a fim de torná-lo semelhante a Si próprio. O homem torna-se, então, segundo São Máximo, o Confessor, um pequeno “deus”, ao possuir todas as qualidades do próprio Deus: a mesma glória, a mesma beatitude, a Ele idêntico em tudo, menos na essência.